quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Maracanã - PA

Maracanã, praias e lagos paradisíacos*


    
Maracanã é um daqueles lugares que encanta os olhos e dá saudade só de lembrar do seu povo hospitaleiro, sua cultura cabocla e, principalmente, das suas belas e paradisíacas praias. Poucos (aliás, pouquíssimos), por exemplo, conseguem esquecer a beleza majestosa da Praia da Princesa ou da Praia de Fortalezinha, na Ilha de Maiandeua (também conhecida por Algodoal). Não é à toa que Maracanã vem sendo disputada desde quando foi descoberta.
    No entanto, não foi fácil conquistar a antiga aldeia indígena. Primeiro, vieram os franceses que após ocuparem o Maranhão, em 1554, montaram uma indústria naval na costa ocidental da Aldeia dos Maracanãs e construíram grandes canoas para a extensão de seus domínios. Depois, vieram os portugueses que retomaram o território, destruindo qualquer lembrança deixada pelo país inimigo. Em 1622, respeitando o Tratado de Tordesilhas, chega a vez dos espanhóis. Em acordo com os portugueses, eles ficaram com a costa-mar de Maracanã. Quem sabe se esse fato da aldeia ter "voado" de mão em mão até retomar sua independência tenha alguma relação com o significado de seu nome. É que na linguagem indígena, Maracanã é uma ave, também conhecida por Araguaiaí, Araguari ou Aruaí. A ave ganhou esse nome devido ao ruído que faz, pois maracá significa chocalho e nã vem de nana, que quer dizer falso.
Hoje, depois de ter virado município em 1833, Maracanã é uma das cidades mais antigas do Estado, pertencente à zona do Salgado. A simplicidade dos moradores e a presença de uma cultura forte estão em todos os lugares. Seja no som agitado e marcante do carimbó (que embala as noites de Maracanã), no boi-bumbá ou nas festas religiosas de um povo cheio de alegria e fé.

Manifestações Religiosas
Já no ano de 1700, Maracanã era um centro do cristianismo no Pará, com diversas manifestações religiosas. Vêm dessa época as caravanas de esmolação de santos populares, a peregrinação com oratório de imagens, levantamento de mastros, folias e ladainhas acompanhadas por "cantadores" que conduziam instrumentos de pau e corda.

As pequenas procissões fluviais são antigas na região do Salgado e os romeiros se deslocavam com a imagem a bordo de embarcações arrecadando donativos para as festas populares. Em Maracanã, as principais eram as festas de São Miguel Arcanjo, Divino Espírito Santo, São Benedito e Santíssima Trindade. Atualmente, apenas as festas de São Miguel Arcanjo e de São Benedito permanecem em seu calendário religioso, mas o Círio de Nazaré e a Festa Profana de São Pedro também reforçam o turismo religioso na cidade. Confira:

Festa de São Miguel Arcanjo - Símbolo da tradição no município e da devoção ao santo, essa festa acontece a partir do dia 19 de setembro. Os festejos duram cerca de 15 dias e a procissão é realizada no primeiro domingo do período festivo. A cada ano, a comunidade escolhe um bairro como ponto de partida da procissão para fazer a homenagem ao seu padroeiro.

Festa de São Benedito - Existe há dois séculos. As homenagens começam no dia 28 de dezembro e incluem procissão e arraial. Tanto um quanto o outro é considerado de extrema importância pela comunidade de Maracanã, que assim manifesta seu amor a São Benedito. As comemorações acontecem ao lado da Veneranda Capela, restaurada pelo Pe. Severino Caetano da Silva.

Círio de Nossa Senhora de Nazaré - É uma festa à parte. Na maioria dos municípios do estado, é comum a devoção fervorosa a Nossa Senhora de Nazaré, grande padroeira dos paraenses. Em Maracanã, não é diferente. Essa fé vem desde 1697, quando o padre Diogo da Costa valorizou os rituais a Nossa Senhora da Luz, chamada depois de Nossa Senhora de Nazaré. O círio em Maracanã lembra o Círio de Nazaré em Belém, respeitando-se, é claro, suas proporções e peculiaridades. Em Maracanã, a festa acontece no terceiro domingo de novembro e em 2001 está comemorando seu 304º aniversário.

Festa profana de Maracanã (São Pedro) - Acontece na mais famosa ilha de Maracanã: a de Maiandeua. É uma festa de cunho religioso-profano, que atrai centenas de pessoas para Algodoal nos três últimos dias de junho. Na realidade, essa festividade existe para comemorar a tradicional festa junina de São Pedro. A vila é animada por um autêntico "arraial", com músicas juninas e, como não poderia faltar, muito carimbó. O ponto alto da festa é a procissão marítima em homenagem ao padroeiro. Sai de Algodoal até a comunidade de Mocooca. No percurso, as comunidades ribeirinhas soltam fogos de artifício para saudar as embarcações, conduzidas pela fé e alegria de todos os participantes. 

Um comentário:

  1. a pesquisa publicada por aí com relação a 150.000 acessos ao blog do ÍCARO , é tão verdade como as pesquisas do Carlos Raiol

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